Hoje decidi que, numa outra vida, quero ter um Diploma daqueles enroladinhos com uma fitinha de veludo e lacre e que tenha escrito "Certifica-se que Kika Canas da Lapa andou aqui a coçar a micose e que só por isso é inteligente".
- Sim, digo noutra vida porque nesta já não tenho tempo tempo e muito menos pachorra para esse tipo de vontades.
- Sim, porque presentemente tenho o meu negócio, gosto da minha profissão e apesar de me apetecer muitas vezes mandar tudo à fava, penso que tomei a decisão certa na hora certa.
- Sim, porque andei 2 anos na Universidade de Lisboa-Faculdade de Letras a frequentar Estudos Clássicos, por amor ao Latim (foi mesmo devoção dado que tinha média de 16, o que me abria portas noutras freguesias), até que descobri que o amor não paga contas e o Latim muito menos e mandei os dois à mãe.
- Sim, poderia ter leccionado outra coisa qualquer, poderia ter ido para Direito, para Relações Internacionais ou até para Documentação e Arquivística mas não, escolhi Certificar-me num Curso de Formação e Especialização Profissional na área de Estética e Cosmetologia.
E isto tudo para mostrar o meu ponto de vista: Não creio que fosse mais ou menos inteligente se, neste momento, fosse licenciada em Estudos Clássicos em vez de formada em Estética.
Há que abrir as mentes e deixar de tacanhices; nem todos os licenciados, mestrados e afins são pessoas inteligentes e cultas; nem todos os não licenciados, não mestrados e não afins são pessoas burras e limitadas; temos de tudo meus amigos, temos de tudo... e sinceramente há praí muitos com cursinho superior que ainda vomitam 'há-des' e 'quaisquers' e escrevem sms 'axas? beijinhus', e esses sim non s'aguentam!
17 comentários:
Amanhã comento....
Algo me diz qua ainda há em ti o desejo de terminar o curso, ou mesmo escolher outro...
(eu hei-de acabar o meu...ou não)
Abrir mentes?!?
Essas mentes são as mesmas que dizem que o Salazar estava no poder aquando do 25 de Abril de 76...ou será de 77??
;)
Acredita que estás com a razão do teu lado.
Eu acabei o curso na dita instituição, tenho 2 dessas latinhas com fitinhas (que bem podiam vir menos amarrotadas, por 20 contos cada, safa! Eu só queria o certificado e obrigam-me a pedir os diplomas...) e não me sinto nem mais nem menos preparada.
Alguma coisa aprendi, óbvio. Mas acho que teria chegado lá com muita leitura e esforço autodidacta. E não teria apanhado certas secas obrigatórias porque eram do programa.
Acima de tudo, e contrariamente ao que os nossos pais acreditavam, um diploma universitário não garante um emprego - e eu bem posso dizê-lo, que quando saí fresquinha do curso me fartei de enviar currículos e cartas escritas à mão (na altura eram poucas as empresas que tinham e-mails).
E sim, conheço gente doutorada que é uma besta a falar a própria língu e não se poderá dizer que represente a maior esperteza à face da Terra.
Subscrevo inteiramente...
Felizmente são cada vez mais os licenciados que não têm/teriam qualquer problema em optar por exercer "profissões técnicas" (aqui se incluindo tudo o que exclua os chamados "colarinhos brancos" e afins) pois muitas vezes elas permitem-lhe não só cumprir efectivamente aquele que deveria ser o sentido de qualquer percurso profissional - colocar a n/ inteligência e criatividade ao serviço dos "outros/sociedade/mundo em geral" - como até ganhar mais, gastar menos, viver mais...
mas neste grupo normalmente não se incluem os tais "hás-des", "quaisqueres", "axas" e "beijinhus"!
É, talvez, uma opção entre sucesso interior e exterior!
Eva
Concordo consigo… sou absolutamente contra a forma em detrimento do conteúdo… seja nos diplomas ou na correcção ortográfica ( e muito outras coisas, exceptua-se gajas) , mas neste ponto a menina paradoxalmente já critica quem não escreve pela mais correcta cartilha gramatical.. por isso no fim de ler fiquei num dilema… o que será pior!? : alguém que publicita o seu curriculum académico para se vender como muito inteligente… ou alguém que tem necessidade de provar que mesmo não tendo o tal diploma é de facto muito inteligente… (porque na realidade só não teve porque não quis… ( é assim que se escreve?? É que sabe eu sou dos asnos dos diplomas..:) ) )
Será possivel que quem se habitua a escrever "bjinhus","axas", "xim", (utlizam o "x" para sons como 2ss, ch, ç, s, enfim...) no dia a dia de msn e de sms não tem dificuldade quando vai escrever algo mais sério em não comoeter estas calinadas???
E prontos…
Cá vai o meu comentário, porque ontem estava a ressacar a minha desilusão com a Selecção Portuguesa de Futebol (sim, só ligo a futebol nas selecções ou quando clubes portugueses defrontam clubes de outros países).
Diplomas… O problema que existe em Portugal resume-se a uma pessoa se sentir superior porque é tratada por Doutor(a) ou por Engenheiro(a). É uma forma de dizer a todo o Mundo que a minha p*linha é maior que a tua, sim porque na maioria das pessoas estrangeiras licenciadas (senão mesmo todas) com quem tive contacto ligam mesmo muito a isso (not)… Têm aquela formação porque estudaram mas não passam atestados de estupidez a quem não andou a estudar, seja porque não teve oportunidade para tal, seja porque a vida assim não o proporcionou.
Agora neste pequeno País esta situação é muito bem retratada pelo seguinte sketch do Gato Fedorento: http://www.youtube.com/watch?v=2DJegqq76mU
Mais vos digo, a maioria dos licenciados em Portugal tira cursos universitários no famoso sistema do PPP (Pagou Propinas Passou) e outros tantos, tal como a carta de condução, o curso sai-lhes na Farinha Amparo. Cheguei a ver muitas vezes testes e exames efectuados noutras faculdades de engenharia, em que nós no IST nos fartávamos de rir da facilidade com que certas análises matemáticas eram avaliadas…
Quando andei no IST a tirar a minha licenciatura em engenharia (pré-Bolonha) sinto, tal como a Le R. disse, que em muito boa cadeira se tivesse ficado em casa e tivesse sido auto-didacta se calhar teria feito melhor…
Para mim um curso universitário é um meio de obter algumas ferramentas e conhecimentos para na nossa vida profissional nos auxiliarem a solucionar problemas que nos vão aparecendo sendo que a maior ferramenta de todas que aprendi naquela casa: DESENRASCAR (mas espera lá… isso qualquer pessoa aprende em qualquer profissão em que esteja minimamente empenhado…).
Os cursos universitários fazem falta, sim, mas não na quantidade e qualidade de formação com que existem de momento. Qualquer pessoa que tenha a mínima disponibilidade financeira e de tempo é licenciada com uma facilidade…. (a qual eu acho mal, mesmo muito mal!).
Ainda há o caso de quem tira o tão desejado curso superior mas que numa conversa normal se revela um nabo daqueles… e em que mesmo aprofundando algo da sua área de formação, nos vemos confrontados com tamanha burrice e estupidez que ficamos sem perceber como é que essa pessoa se formou. (não são casos assim tão raros, acreditem!)
Depois há outra situação, inteligência vs cultura pessoal em que a maioria das pessoas não percebe bem a diferença. Inteligência é a capacidade que um individuo tem (ou não) para solucionar problemas, enquanto que cultura é o conhecimento efectivo que determinado individuo tem do mundo que o rodeia.
Tudo isto para dizer o seguinte: Nem todos quantos possuem curso superior são cultos e inteligentes e nem todos quantos não os possuem são incultos e burros. E quem cria rótulos se calhar é preconceituoso e de vistas muito curtas….
Esta ‘discussão’ fez-me recordar a seguinte frase que li algures: “Mais vale estares calado e pensarem que és burro, que abrires a boca e acabares com todas as dúvidas…”. Portanto antes de alguém apontar o dedo, olhem para o seu próprio umbigo ;)
Xau Malta!
Macacolvo - subscrevo e até acrescento:
1) só no nosso país é que se pede para meter os títulos académicos em cartões de crédito. Nos demais, um engenheiro trata por tu um empregado de limpeza, mas o inverso também acontece e não há melindres, porque não é por eu tratar alguém por Sr. Dr. Eng.º que lhes estou a prestar mais respeito e nem eles são mais que os outros se não tratarem toda a gente com a consideração que merece. Aliás, sempre que me vêm com o Dra. eu rectifico, porque a minha área não é a medicina.
2) infelizmente também, o nosso sistema de ensino continua a valorizar sobretudo os macaquinhos (no pun intended!) de imitação que debitam tudo o que decoraram nos testes em detrimento daqueles que até podem não conseguir memorizar a tabuada do 4 mas que sabem pesquisar, articular ideias e argumentar contra qualquer tese.
Continuo a achar piada aos raciocínios paradoxais, o macacolvo diz-se, e muito bem , contra os “rótulos” mas no entanto não consegue evitar de dizer que estudou no “Instituto Superior Técnico “onde ele e os seus colegas se fartavam de rir com a facilidade dos exames das outras faculdades…
Eu já vi cartões de visita…em que alem do pomposo Eng. XY ou Dr. YX chegam ao ridículo de por a instituição de ensino a frente.. como a dizer: “Eng. Mas dos bons… “, se o titulo não atesta capacidade, inteligência ou cultura a instituição de ensino onde é conseguida parece-me que também não o faz…
PS. Pelo discurso, acredito que o macacolvo não é do género do referido cartão-de-visita:) Mas todos comete-mos o crime da vaidade…pecador me confesso
Caro ... ou ...disse... :
Se acha piada ao que aqui se fala, ainda bem, estamos cá para servir de entretém ao povo. :)
Se leu o meu comentário com a devida atenção (o que duvido), conseguirá perceber que não existe ali qualquer tipo de vaidade, pois não se estavam a efectuar juízos valorativos de qualquer espécie, dizendo que era melhor ou pior que X... O que nos ríamos era da qualidade de ensino (ou falta dela) e isso é visivel, qualitativo e quantitativo. Não vejo, honestamente, em que medida a minha frase [..."Cheguei a ver muitas vezes testes e exames efectuados noutras faculdades de engenharia, em que nós no IST nos fartávamos de rir da facilidade com que certas análises matemáticas eram avaliadas…
..."] poderá ser considerada vaidade... Não serão antes constatação de factos?
Andei no Técnico? Sim
É um rótulo? Sim
E serviu apenas para indicar um exemplo daquilo que conheço (e não era em relação aos rótulos mas sim à qualidade de ensino em Portugal e ao facilitismo de se tirar um curso superior e pensar-se que só por isso é-se superior aos outros) e, assim, poder emitir uma opinião sustentada pela minha experiência pessoal.
Continuo a dizer que sou contra os rótulos que cada um de nós coloca sobre os outros de ânimo leve e sem conhecimento de causa e que deveremos ser mais 'open-mind'... Mas (in)felizmente somos animais sociais e como tal dependemos sempre do juízo (rotulagem) dos outros, goste-se ou não...
Assim, gostaria que me explicasse em que medida o meu raciocinio é paradoxal caro ... ou ...disse...
Abraço
Gajo, o meu curso foi dado por terminado qd decidi sair da faculdade.
Sim, talvez a sociedade me lembre todos os dias que deveria ter um título académico para ser considerada alguém e isso faz-me pensar em estudar qq coisa dita superior, nem que seja Estudos minuciosos da testosterona da baleia :S (isso serve pa fazer o quê? não interessa, porque dá um canudo lol)
Talvez um dia me dê na moleirinha e parta em busca do curso perdido... por enquanto tenho trabalho a mais para pensar sequer nessa opção.
(Epah tenho cá umas impressões que o Salazar estava no poder no 25 de Abril, sim, mas acho que era de 80 :P )
R. obrigada... adoro ter razão :)
Não quero dizer com isto que os cursos não adicionem nada à nossa pessoa, acho até o contrário. Toda e qualquer vivência que tenhamos adiciona algo à nossa vida e visto um curso ser tb uma experiência, logo...
Bestas há em todo o lado... o que pretendia era acabar com frases tipo " ah é uma besta... claro não é licenciado". Entendes?
beijinhos
Eva, bem-vinda ao non s'aguenta :)
Obrigada pela tua amizade...
Tenho muita pena que as pessoas sejam tão preconceituosas e não percebam que a verdadeira inteligência e cultura se vai adquirindo ao longo da vida. Quantas e quantas vezes não nos deliciamos a ouvir um idoso que nem a 4ª classe tem? Quantas e quantas vezes um vocábulo popular dito pelas minhas avós é a resposta a um problema arrastado por Srs Drs?
Respeitemos as pessoas, não os títulos académicos.
Um beijinho
Babe... cometem estas calinadas e outras ainda mais graves. E o mais triste é que ninguém corrige nem ninguém chama a atenção. E assim se formam Drs Portugueses que nem a própria língua sabem falar :S
Macaco, obrigada pela achega... as always good :)
Concordo inteiramente (como já referi acima) com o facto de um curso universitário oferecer ferramentas essenciais à nossa vida... a única coisa que reitero é que existem, não só mas também, outras formas de as obter.
Kisses :)
R., tenho uma amiga que no outro dia me disse o seguinte:
-Sabes Kika, tenho um Cartão Gold do BES. Foi uma amiga minha que mo fez e qual não é o meu espanto qd vejo que atrás do meu nome tenho Dra.
-Então mas qual foi o curso que tiraste?
-Nenhum. Nem acabei o 12ºano. Mas ela achou graça pôr e eu não refilei.
Ora toma lá morangos e não digas que vens daqui ;P
... não escrever bem a sua Língua é, na minha opinião, bastante grave. Como se fará entender se escrever em símbolos? Contudo, por mim, escrevam da maneira que acharem melhor se, por outro lado, deixarem em casa frases como "é/não é limitado porque tem/não tem curso".
Sim , existem pessoas mais inteligentes, mais cultas, mais oradoras do que outras, e por aí passa o facto de nos darmos melhor com sicrano do que com beltrano, gostar mais da maria do que do manel.
Revi o meu texto e em nenhuma frase li "asnos dos diplomas". Quero acreditar que ... leu mal.
Obrigada pelo seu contributo.
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