Ainda não era nascida, nem sequer estava planificada, quando se deu a Revolução a 25 de Abril de 1974.
Tudo o que sei acerca desse assunto é-me contado pela família e pelos meios de comunicação. Não pertence minimamente à minha jurisdição julgar o antes e o depois, visto que sou um produto pós 25 de Abril, e acho que esse direito está reservado aos que experienciaram as duas épocas.
Ouvindo daqui, apanhando dali, só posso dizer que gosto de viver nos nossos tempos. Gosto de poder escolher, gosto de ter liberdade de expressão e adoro ser independente. Contudo, continuo com uma questão presente: porque será que Salazar foi escolhido como O Grande Português naquele programa de TV? Saudades de tempos mais rígidos? Necessidade de um 'pai' de pulso forte? Eu, por vezes, sinto-me abandonada mas não sei se gostaria de ter a sensação de "será que hoje vou levar um tabefe?".
Politiquices à parte, o que eu realmente gosto no 25 de Abril (além de ser feriado) é do mote 'o povo unido jamais será vencido', das pessoas em magotes a cantar "Grândola Vila Morena"; faz-me arrepiar, lacrimejar, e desejar estar lá a gritar também.
Ainda esta madrugada deu o filme "Capitães de Abril" de Maria de Medeiros; já o vi uma dezena de vezes e, mais uma vez revi, mais uma vez estremeci, mais uma vez quis viver aquele dia 'in loco'. Sei que não se passou exactamente assim, sei que é um filme, sei que é romanceado, floreado e 'fantochado', mas deixem-me acreditar na reunião de grandes multidões por um fim comum. Faz-me sonhar com a honestidade, sinceridade, amizade e solidariedade, sentimentos em escassez nestes nossos tempos.
Não sei se é por, muitas vezes, me sentir sozinha, mas o povo unido por uma causa emociona-me.
Non m'aguento..e choro, choro!
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